DESCRENÇA!
Onde e com quem estará a esta hora?
Será que não ouve minha voz
ressoando na imensidão a te chamar?
Por que estimulou minhas esperanças
se elas estavam mortas e por que
deixou ressuscitar meu abatido coração?
Por que dizia que me queria, por que
dissimulou fazendo-me acreditar
no que sempre foi mentira?
Por que dos falsos sorrisos de olhares
de quem estava apaixonada?
Afinal o que fiz para merecer tanta desilusão?
São tantos os por quês, talvez até para
poder entender a razão de ter me deixado
em companhia da solidão!
Não! Não posso entender o motivo
de ter carregado consigo até os meus
mais sagrados sonhos.
Agora sozinho procuro esconder de
todos os pedaços que sobraram de mim,
se soubesse quantas indagações...
As minhas noites como todos os dias
mesclaram-se, a luz que existia perdeu
a energia nada mais alumia...
O nosso quarto onde reinava a poesia
só se ouve o som fantasmagórico
dos meus incessantes por quês.