Alva rosa

E então fiz poesia a natureza.

Na terra quente plantei meu grão.

Mas, o Sol é furioso.

Descontente percebi que

flores não brotam em qualquer quintal!

Troquei o vazo a semente

e esperei a chuva de verão.

A transparente cortina de água

Deixava seu rasto de maneira tumultuada.

Porém, nada brotava.

Revoltada natureza,

nesta terra não nasce nada.

Era noite escura lá fora,

Todos riam e eu chorava.

Quando diante dos meus olhos...

...estava lá no canto a silhueta iluminada.

Floreceu no anoitecer

Na timidez da escuridão

Brilhante rosa branca no profundo verde cacto,

entre os espinhos, entre meus cacos.

Ah, flor de cacto,

descobri que és espécie rara.

Tenho aqui a vida presa,

sou prisioneira desta beleza.

E se floresces às onze e meia

Sento-me ao teu lado,

tu como cacto

E eu dama da noite.

Yasmin Meirinho
Enviado por Yasmin Meirinho em 04/12/2017
Código do texto: T6189388
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.