A beleza despertada
A beleza modesta
Em pequena fresta
Essa surge plácida
Nas águas límpidas
No rio a refletir a face
Da moça em leve realce
Há de se ir na fonte
Bem atrás dos montes
Onde há os mananciais
Salvo de devaneios carnais
Lá no seio da natureza
Sentir a remota pureza
O eflúvio doce e jovial
Da donzela não tocada
Em sua boca virginal
Sedenta de ser beijada
Assim a beleza irromperá
E sua imponência se verá
Quando o amor amanhecer
Feito em sol em prata
A expurgar todo perecer
A tal solidão que mata
Só assim a beleza rústica
Será uma verdade acústica
A ecoar no coração do homem
desconhecido cujo nome
É uma minúncia irrrelevante
Ao singular instante
Em que há gritar ao mundo
O bem-querer profundo
A tão cândida menina
Cuja beleza outrora
Era vista pequenina
Como a tímida aurora