CORES TÃO RARAS
Algumas tardes cinzas que guardam sobre suas nuvens um céu azul,
E os olhos que não contemplam além do que é o limite daquele olhar,
Olhar que não vê com a esperança e tampouco sabe enxergar com o coração,
Se conduz como um cego ao abismo, dizendo a si mesmo que são raras as cores.
Mas ele que tão fortemente fixava os olhos naquelas nuvens,
Se distraiu e não notou que enquanto o sol não brilhava,
O verde se traduzia em seus tons mais escuros,
E as pétalas das rosas eram mais carmesim.
Então não eram as cores tão raras,
Mas seu olhar que não sabia escapar do que aparentava ser tempestade,
Mas quando as tardes são cinzas e ainda venta,
Ainda há um sol do outro lado.
E quando respiramos refrescando as vias que conduzem por si em si,
Entendendo o sinal de que a vida é um ciclo de uma eterna reconstrução,
Não nos prostramos perante o cinza de algumas nuvens,
E se por um acidente a chuva molhar, amanhã será uma nova oportunidade.
E vemos que a vida vai além dos perigos e arranhões,
E vemos que as cores estão ali mesmo sob a sombra de nuvens cinzas,
Na esperança que se levanta em um doce olhar,
Mantendo um sorriso mesmo se a chuva cair.