Amor prostituído

A noite cuspe a paralisias dos pecados burlescos

entre taças de vinho e sorrisos de intenção…

… os gemidos perfazem as curvas do néon

psicadélico sob a batuta da Madame Mimi.

Despojado da razão irei religiosamente todas as noites

até que sol solte os lacraus da sociedade diurna.

Tenho medo! Medo de algum burguês a levar!

Medo da prata acabar e invés do perfume da pele

a língua poliglota se dissipe no álcool e no sal.

Hoje destruí todos os projectos de tempo

para que o sol não volte mais a parir vida

e viver para todo o sempre embrenhado nela.

Minha Gueixa…minha flor de amendoeira!

Onde estás? Ouro! Não tenho!

Gastei tudo para te amar!

Apenas cloacas da minha rasca existência sobejam!

Tu me amas…Amas?

A noite é-me excessivamente cruel

para que por ti morra e tu por mim possas amar….

Febo
Enviado por Febo em 29/11/2017
Código do texto: T6185288
Classificação de conteúdo: seguro