Amor prostituído
A noite cuspe a paralisias dos pecados burlescos
entre taças de vinho e sorrisos de intenção…
… os gemidos perfazem as curvas do néon
psicadélico sob a batuta da Madame Mimi.
Despojado da razão irei religiosamente todas as noites
até que sol solte os lacraus da sociedade diurna.
Tenho medo! Medo de algum burguês a levar!
Medo da prata acabar e invés do perfume da pele
a língua poliglota se dissipe no álcool e no sal.
Hoje destruí todos os projectos de tempo
para que o sol não volte mais a parir vida
e viver para todo o sempre embrenhado nela.
Minha Gueixa…minha flor de amendoeira!
Onde estás? Ouro! Não tenho!
Gastei tudo para te amar!
Apenas cloacas da minha rasca existência sobejam!
Tu me amas…Amas?
A noite é-me excessivamente cruel
para que por ti morra e tu por mim possas amar….