Sob o papel

Expeli a dor

Que deslizou sob o papel amarelado

Se derramou como sangue púrpuro

E manchou-me por inteiro

Ali as letras tortuosas gritavam

Ali os meus olhos pulsavam

Quanta dor foi ortografada nessa arcaica folha

O drama era ouvido de muito longe

Emanava tristeza com o vento

Tudo ao redor se acinzentada

As cores eram ornamentadas

Em figuras desfiguradas

Os sons eram inquietantes

Consternado fui empalamado

Com a palidez do esmorecer

As minhas mãos trêmulas Agiam por conta própria

O choro não cessava

E a caneta não mais rabiscava

Com a face declinada

Abracei aquele pedaço de papel borrado

Como se fosse o meu amor que se foi com o tempo...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 27/11/2017
Código do texto: T6183585
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