Amo-te

Quando posso amar neste íntimo abandono,

onde respiro o doce odor da suave pele de moçoila…

Na auréola da insanidade de te julgares outono

És o sonho de ser éden indolente na realidade fértil

da terra mãe que tanto amo.

Mulher cujo olhar honesto sangra no papel poesias e quadras.

Quando posso amar neste íntimo abandono

Onde respiro o teu perfume comprado no mercado de sexta-feira.

Vejo um porto incolor cheio de caravelas

e nenhuma vai zarpar até ti.

É o perfume a tamarindo das sereias audazes

que circula no velho cais esculpido de mexilhões.

Quando te posso amar neste íntimo abandono?

Gostavas de tragar o oceano inteiro,

Perdoem-me as cruéis Sereias!

Cruéis e egoístas por lembrarem este íntimo abandono que vivo.

Sentado no cais retrato a carvão histórias de amor!

Onde os teus olhos de lume intimidam as gambiarras

das barracas da feira! Que cheiro é esse?

Perdoa-me se fui insolente! Sonhar-te nua

não é quer provocar a perdição das almas.

É que esta distância é um monstro surdo e cego

que exaure o pouco de razão que vai em mim!

A poesia não sente pudor…o pejo não a maltrata,

os espelhos são-lhe infiéis…desnudando-a!

A grandeza e beleza do mal em te querer amar são oceânicas.

Meu Pai…minha Mãe.

Obrigado por me darem a capacidade de amar!

Quando posso neste íntimo abandono…

…Sem ignomínia para com a poesia …te amar!

Febo
Enviado por Febo em 27/11/2017
Código do texto: T6183538
Classificação de conteúdo: seguro