Contramão
Rondando as redondezas retorno às reticências
No escuro obtuso da viela eu a vi
Não sou de me opor a expor meu rancor
Ela não deixa de lado o escárnio disfarçado de amor
Digo o que penso e penso que estou propenso a me exceder
Então a resposta repousa no silêncio eloquente a enlouquecer
Me afasto do caso perdido ao acaso e volto ao violão
Ela se expressa entre olhares distantes e sai na contramão
Escuto o barulho do carro ao muro se integrar
Olho não posso me furto do opróbrio e volto ao violão
Sirenes solenes se espalham por entre estilhaços espalhados pelo chão
Não estou disposto a seguir o oposto e desvio o olhar
Não a conheço tampouco a vejo protagonizar meus desalentos
Não sou de me opor a expor meu prazer de voltar ao violão
Ela singela estendida na esquina morreu na contramão.