ANDAS POR ONDE?
O tempo fechou
Um retrato deixou
Sobre a mesinha do quarto:
A tua imagem, ainda seminua
Pois o destino ainda apagou...
Estás longe, muito longe,
Onde o pensamento jamais chega.
Restou apenas uma lágrima
Que o vento enxugou.
Estás à procura de alguém
Talvez seja o João Ninguém.
Teu amado forasteiro,
Jovem guerreiro
Que mata quem por perto esteja
Para não perder o teu amor,
A teus pés se rasteja...
Estás à procura de teu velho amor,
Pois o ano se passou.
Não te viu, nem mesmo despediu de ti
Na calada da noite
Com outra, encontraram-se na noite...
Se conseguires ler estes versos,
Andarás na colina da noite.
Arrependida, nas cores do açoite
Por onde andarás,
Princesa da noite.
Acadêmico José Carlos de Bom Sucesso – Cadeira IX – Academia Lavrense de Letras – 26/11/2017