Mata-borrão
Da greta escancarada
Da bocarra
Em queda e desbragada catarata
Em que também os olhos se derramam
Com o espanto da queda fascinada
Até que a cacimba
Olho d'água
Em mim repara
E da sedenta catadupa a sede entende
E nem bem se lisonjeia ou repreende
Já se mudaram as águas de exangue em sangue
Não faço por mal
Eu juro
Se do bom proceder descuro
E no escuro retinto da pele
Semi-oculto em algodão acrisolado
Os olhos me viajam patifes e peraltas
Será que viu mesmo?
Que impressão lhe fiz?
Dessa sede que me arrebenta
Mata-borrão?
Borrão mata!
Não existe possível absorção
Ah! minha débil e anêmica carne burocrática...