Um olhar
Nem sorriso, nem afago,
Fazia-lhe falar,
Ousei lhe amar, mas não me expressar,
Não carecia proliferar, tampouco notar
O padecer de minha essência branda,
Próxima ao mar, em uma rede,
Mirava o céu azul, eu imitava,
Oh, sublime céu verde.
Esquivava anseios,
Eu os sublinhava,
Eram tu, as águas
E minhas cartas,
Compaixão distinta
Do que cobiçava,
Aceito sua resposta,
Nem uma palavra.
Nem sorriso, nem afago,
Fazia-lhe falar,
Oh, sublime céu verde,
Como fui tolo de me abalar,
Próxima ao mar, em uma rede,
Era especial, intui seu calar,
Deusa, imploro, revogue minha sede.
Ela olhava o mar azul, eu imitava,
Oh, sublime mar verde.
Não li seu pensar, pensar não calhava,
Tentava me achar,
Tu e o sol, o único que idolatra,
Só sabia ver-te, tu e o mar.
Mas nada, nem uma palavra,
Padeci, permaneci anelante,
Pensei guiar meu fado adiante,
Mas não, era tu quem amava,
Versos límpidos aventurei ponderar,
Entendo tudo, não era socapa,
Para amar-me não devia falar,
Assim era você, a mais elevada,
Bastava um único e profundo olhar.