Um conto de amor

Dia cinzento

Homem que adentra.

Solidão que ecoa.

Amor que em silêncio grita,

Clima que mais frio fica.

Paixão que se perde na neblina...

Vivendo que a vida ensina;

Caminhe seja qual for o clima.

.

Quando a vejo lá em cima

Na calçada úmida você descia

A face nunca presente

Escondia o sol o jeito de felina

.

Introspectivo dentro de mim

Questionava com deleito

Existência doutro mundo

Numa procura sem ter êxito

.

Quando a vi, eu, sem relutar,

Mundo dentro doutro mundo

Nasceu perante meu olhar.

.

Embaixo do orvalho da roseiro

Com fone de ouvido toda 'contentona'

Té que parecia uma dama

Um jeito que gama, inflama...

Encorreou na folha úmida

Esborrachando-se na lama

.

Quando de súbito sem relutar

Rachei o bico sem parar

Jorge Cunha
Enviado por Jorge Cunha em 20/11/2017
Reeditado em 21/11/2017
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