Esotéricos
guardo na boca o ritmo das horas
depois dum beijo nas flores mortas
águas transbordaram das nuvens
lavaram os olhos cheios de mágoas
asas madrugaram...
anoiteceram os dias.
não sei
há quanto tempo
a vida passa inversa
em versos cálidos.
quem saberá dos mistérios
e da brevidade das formas?
o tempo escondeu o sol
entregou o ouro diluído
em fogo frio.
no mar distante
sereias pressentem
a flor e o pássaro.
desbota o amor
estampado nos
vestidos
e na saudade dispersa
numa tarde de domingo
sem maçã.
passa o tempo
em preto e branco
nas tuas janelas
não choro nada.
penso no céu
fascinado acordo
sem espanto.
é quase dia
quando a vida
adormece.