De alma aberta

abro toda a alma

dispenso o tempo

disperso

leio os livros

separados

na estante

escapam as palavras

deslocam-se as frases

repetidas na cabeça.

O silêncio invade a boca

trava o movimento

do amor imaginado

transfigurado

na parede descubro

telas de lembranças

solto as asas

do pássaro de fogo

dedilhado ao piano

resta-me agora

o final das noites

longas

e as reticências

nas calçadas à espera

de conclusões.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 18/11/2017
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