De alma aberta
abro toda a alma
dispenso o tempo
disperso
leio os livros
separados
na estante
escapam as palavras
deslocam-se as frases
repetidas na cabeça.
O silêncio invade a boca
trava o movimento
do amor imaginado
transfigurado
na parede descubro
telas de lembranças
solto as asas
do pássaro de fogo
dedilhado ao piano
resta-me agora
o final das noites
longas
e as reticências
nas calçadas à espera
de conclusões.