HÁLITO MAVIOSO DE FLOR
HÁLITO MAVIOSO DE FLOR
Em meio a tarde,
o vento passa
e sinto um perfume antigo,
igual ao teu hálito
mavioso de flor,
que provo cada vez
que te beijo,
em nossos abraços amorosos
sobre a relva macia,
tendo como cúmplice,
apenas o silêncio
do ambiente campesino.
Não importa
o tempo que estamos juntos;
importa sim,
as nossas vivências
sempre enamoradas,
como se o tempo não passasse
em nossas vidas;
como se as horas fossem
só para nós,
fossem exclusivas para o gozo
do nosso delicioso amor.
Sabemos que os nossos
beijos nos causam excitantes
arrepios, e as nossas
carícias então, nos enchem
de desejos voluptuosos;
mas como não existe em nosso
amor, a malícia da paixão
mundana,
fazemos da relva fresca,
algo que semelhe ao calor
amoroso da cama aconchegante;
e, em meio ao olhar
inócuo da natureza (ante a beleza
dos nossos corpos desnudos),
nos amamos naturalmente.
E é sempre assim:
em algum raro momento
que não estou contigo
(jamais deixo de pensar em ti),
se acaso passa o vento
deixando-me alguma fragrância,
associo-a
ao teu hálito mavioso de flor;
e quando estamos juntos,
renovamos os nossos bons instantes
sentimentais,
supondo retermos só para nós,
o tempo precioso das horas,
no deleite
de nossa cumplicidade amorosa.
Escritor Adilson Fontoura