UM CALMO PERECER
Deixa-te levar a morte,
como se o tempo parasse;
num resquício de memória,
e que a benevolência bastasse.
Deixa-te perseguir o sonho,
que a vã consciência cala;
como se perseguir valores,
entre as janelas da sala.
Deixa-te educar a destreza,
que a comichão resguarda;
como se definisse o ideal,
antes que o último feito tarda.
Deixa-te ser serenamente,
que o destino o suprirá;
com todas as premícias
que a pureza que te cobrará.
Deixa-te ser o presságio,
que o universo te oferece;
tão abundantemente claro
a que o homem obedece.
Deixa-te o trair involuntário,
de o desejar ser mesmo pleno;
como se a luz do astro maioral
2.005