(des) caminhos
(Des)caminhos
Por toda uma vida
a gente vai fazendo teia,
unindo passos,
formando laços,
estreitando abraços.
Mas,
volta e meia,
alguns pontos
da intrincada trama
se rompem de forma
repentina,
magoando corações
antes tão ligados.
A ruptura
de aparência desavisada
foi se mostrando na caminhada,
nas reticências que vão surgindo,
quando a fala já não é tão fácil
e ouvir passou a ser bem difícil.
Então os fios rotos
vão se fragilizando aos poucos,
os sinais aparecem delineados
e são sempre ignorados,
até que tudo se rompe.
"E o que era doce,
acabou-se".
A história toma outro
rumo,
agora não tão suave e amigo.
É bom atentar ao desgaste
das relações de afeto.
O cuidado deve ser diário,
evitar desentendimentos,
acreditar na verdade,
defender o tesouro acumulado
por toda a existência,
não permitindo que
a teia tão bem tecida
se rompa
de maneira definitiva.
Pois o que é a vida
sem a construção do bem?