FESTA....

Jazia quedada entre teias

Esperas sem fim

Onde a saudade permeia

Horizonte sem azul

Faltavas tu, masculino bronze...

Contrastantes nossas peles assim

Meus alvos tecidos...

Aos toques sutis arrepiam

Mostram-se sem fingir

Na tez da libido...

Róseos botões florescem

Em montes claros

Se fossem maiores

Ver-se-iam regados

Lá do cume das doces fontes

De gramínea rasteira...

Relva macia...

Uma cama mansa aonde descansas

Depois do labor...

Colhidos os frutos em beijos de mel

Vãs as águas escorrem

Qual de sulcos cavados em terra...

Monjolos batem na pedra

Deixam nela as suas marcas vivas

Pedras dóceis ali cativas

Do ritmo do vento

De sua sina

Que nunca termina de vez...

E quando se abrem as compotas

Jorra água sem conta

Quase em cascata festeja

Mais festa, mais luz...

Depois de posta a mesa

É prazer e deleite

Doce música se ouve

Ainda vêem-se estrelas cadentes...

Nos abraços as noites se vão pequenas

O dia anuncia... É alvorada...

O passaredo canta

Um amor voltou pra outro que espera!

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 20/08/2007
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