FESTA....
Jazia quedada entre teias
Esperas sem fim
Onde a saudade permeia
Horizonte sem azul
Faltavas tu, masculino bronze...
Contrastantes nossas peles assim
Meus alvos tecidos...
Aos toques sutis arrepiam
Mostram-se sem fingir
Na tez da libido...
Róseos botões florescem
Em montes claros
Se fossem maiores
Ver-se-iam regados
Lá do cume das doces fontes
De gramínea rasteira...
Relva macia...
Uma cama mansa aonde descansas
Depois do labor...
Colhidos os frutos em beijos de mel
Vãs as águas escorrem
Qual de sulcos cavados em terra...
Monjolos batem na pedra
Deixam nela as suas marcas vivas
Pedras dóceis ali cativas
Do ritmo do vento
De sua sina
Que nunca termina de vez...
E quando se abrem as compotas
Jorra água sem conta
Quase em cascata festeja
Mais festa, mais luz...
Depois de posta a mesa
É prazer e deleite
Doce música se ouve
Ainda vêem-se estrelas cadentes...
Nos abraços as noites se vão pequenas
O dia anuncia... É alvorada...
O passaredo canta
Um amor voltou pra outro que espera!