Na santa proteção do amor
Na santa proteção do amor
feminino, tão raro e caro,
cheio de cuidado e calor,
me encontro nos braços tomado
e entregue; sim, foi-se o temor.
Mas que digo? Estou afogado
em todo o perfume da flor
declarando bolhas que estouram!...
Querida, tu és ser sagrado,
inveja de fadas, louvor
do sonhador louco e insensato
querendo ser teu benfeitor...
Se deres olhar e cuidado
ficarei pasmado, o esplendor
surreal me deixa travado
declarando bolhas que estouram!...
Querida, eu sou inferior;
nasci para ser rejeitado,
nasci para não ter valor.
E quando me tomas no braço,
e quando me beija o rubor,
repito: Que faço? Que faço?!
Mas imploro o injusto sabor
declarando bolhas que estouram!...
De joelhos, peço, chorando
para que não vás nunca embora,
mas sei, com tristeza, gritando:
mereço que odeies agora!!
4/11/2017