Cais
Cais
Meu coração não é cais vazio !
Nem docas perdida do nevoeiro errante de teus sentimentos inconstantes
Onde já nem sei se às amarras do meu coração prende-se ao teu,
Tuas partidas e chegadas ora em silêncio,
Ora em trovoadas sendo que me estremeço mais no teu silêncio da ida !
Que na paz da chegada em teus trovões !
Esse meu coração inquieto diante da ação impensada, atitude rude que
aos poucos em pedaços fica meu coração.
Não sou cais onde atracas sem atenção,
Onde permite-se que o mar te arremesse pra longe ora contra mim sem
qualquer dolo por tuas ações.
Avariado fica o cais após às tempestades de emoções !
Da fúria do teu mar !
Que te lança contra minha pequena estrutura aqui de braços abertos à
te aportar !
Esse ancoradouro de emoções !
Luta contra forças desiguais
O desejo de receber, acolher, atracar sem avarias mais profundas.
Amar sem se ferir quiçá não me machucar
Nem mesmo às lágrimas desse amor venha cobrar o preço amargo do
coração ingênuo que se atreve à abrigar aquele que supostamente seja
à sua alma gêmea que na cegueira dos sentimentos embalados nas
canções que atenua à dor da partida sem à certeza de que um dia haverá vinda.
Nessa confusão do nevoeiro das emoções onde me perco entre medo
de perder o amor .
Ora à vontade insegura que essa paixão vá de uma vez pra não voltar
pra que pare de doer esse já quase partido coração !
Será que sou cais onde partida e chegada roubam lágrimas sofridas das
entranhas da minha alma !
Causando enorme dor nesse tolo coração!
Que ontem por acolher paixão ardente.
Descobri hoje um amor tão profundamente capaz de causar dúvidas no meu ser que dói por sua partida bravia ora não suportando quando ficas silenciosamente.
Ricardo Do Lago Matos