PÁLIDO RETRATO
Hoje sou apenas um retrato manchado
pelo tempo que mostra um andarilho
maltrapilho estampando um ar disperso
e de vez enquanto um sorriso, como
lembrando-se de um momento da felicidade que viveu.
Quando em completo recolhimento em um
canto qualquer aparentando estar
sonhando talvez pelo olhar parado
como se estivesse a procura de um
afeto que fizeram questão de sufocar.
Sou a imagem de quem acreditou e que
subitamente se tornou vítima de um
amor ignóbil que destruiu o que havia de
bem, igual às súbitas ondas de um tsunami...
Agora como andrajo tento recompor-me para
voltar à condição anterior, não em companhia
de um amor mentiroso, mas ao lado de quem
o conhece na versão autêntica e mais verdadeira.
Eu sei, dentre em breve eu serei novamente
eu consistentemente com minha crença e quando
acontecer vou apossar-me do que sempre foi meu
a vontade de viver feliz da forma que sempre quis.