Vidros Estilhaçados

Percebo algo deprimente,

Preso em minha mente.

Algo bastante persistente,

Uma mágoa consistente.

Escutando música, na beira do mar,

Eu fecho os olhos e é só nela que eu consigo pensar.

E eu sei que a culpa é minha,

Estou a me magoar.

Ela não se importa, apenas segue a vida dela,

E eu estou sozinho nesse mar de tormento apenas com uma caravela.

O próximo passo agora é esquecer,

Isso tudo que está a ferver,

Pois a ela não devo perecer.

Se talvez eu não ficasse de si tão guardado,

Se talvez tanto tempo eu não tivesse esperado.

Irei ter que me conformar que não a terei do meu lado,

Não será fácil sabendo que do seu lado há alguém,

E olho pros lados e não vejo ninguém.

Tenho vontade de sair e pegar um trem.

Ir para um lugar que ninguém me conheça,

Antes que o meu coração pereça.

Pois já cansei de todas ao redor fracassar,

Não aguento mais errar, sinto que por dentro estou a estilhaçar,

Como uma janela de vidro frágil, fico a me quebrar,

Não há quase ninguém para me reparar.

Então fico jogado no chão sem nada para se sustentar.

Só se talvez eu fosse pra outro lugar,

Teria uma chance de minha vida renovar,

Pois esse ciclo de pessoas conhecidas já está a se desgastar,

Porque com quase todas eu separei tempos para as gostar.

Então basicamente para simplificar, preciso de uma nova chance para me recriar,

Aprender com meus erros e derrotas,

Para saber vivenciar, e aprender a ganhar,

Pois até agora apenas fracassos me seguem atrás de mim a qualquer lugar que eu vá.