Fúnebre (amor)
É, enfim te sepultei dentro do peito
Sem honras, sem choro, sem cortejo
Flores mortas depositei sob teu leito
Sepultei sonhos, amor e meu desejo
Vermes que habitaram em mim saciarão
Meu desejo mórbido de ver-te definhar
Sob a última pá de mágoa sucumbirão
Todos nossos desenganos, meu delirar.
Amor que em mim rejeita o descanso
Em você morreu há muito tempo
No sepulcro frio também o lanço
Amor que outrora de tão profundo
Me fazia perder a mim mesmo
Agora, jaz frio, inerte, moribundo.