SEM DIZER NADA, VOCÊ...
Caso queira saber se tive medo, indague de quem
presenciou as minhas lamúrias, os momentos em
que o mundo se transformou e um profundo abismo,
pergunte e tomará conhecimento do lugar que
você me colocou...
Pergunte se é capaz e sentirás a tristeza que abateu
sobre as estrelas naquela noite e quem sabe ouvirá
ainda o eco de meus uivos como um animal ferido e
desesperado e como tive medo de minha própria
ansiedade.
Se ainda estiver interessada pergunte ao tempo a
razão de tamanha tempestade e quantidade de água
e conhecerá que quem engrossou a enxurrada
foram simplesmente minhas lágrimas.
Faz tanto tempo e ainda hoje eu sou aquele que
chora por qualquer motivo até a minha cama já
acostumou-se viver alagada, pergunte a minha
alcova e ela dirá que em meu relicário ainda resta
as cinzas daquela rosa amarela...
Sim, ainda vivo com medo principalmente de minhas
reminiscências, pois quando elas chagam não sei como
atenuá-las, mas o que mais aterroriza é pensar sobre as
consequência quando souber do motivo que fez você ir embora.