Entre o saco plástico e o vento
Uma Noite que se passou vagarosamente
Prescindia de lágrimas porém ela sempre vem
De certo modo preenchendo lacunas
Do que se conhece como, gostar de alguém
Eu disse pra ela , o que eu via e sentia
Dos arrepios e desejos que me escapa
Me sentei na volta onde já não me cabia
Puxando o ar seco, sentado na escada
A lua era pequena naquela noite
Abstraía meu choro, mas o duro toutiço se iluminava
Criava fisicamente um leve choque
Num toque de alvorada
Sem sono, sem som, nem tremor
Olhei da janela o dia amanhecer
Com medo de sentir amor
Ou finalmente, de fato o conhecer
Cansei de bancar sentimentos frios
O lúgubre já não me seduzia com seu véu
Conheci o calor de um abraço sincero
Aprendi a decifrar as nuvens do céu
E antes que queira atrofiar-se
Pulse , pulse , pulse
Bata, viva , sinta
Não tenha medo...apaixone-se
Não fique entre o saco plástico e o vento
Nos bateram , e não por uma última vez, eu sei
Mas tu revida e é constante
E sobre viver... ainda nem comecei.