Quando sinto uma solidão mais intensa,
Abro a janela para a cidade adormecida
E vejo ao longe, como estrela explodida,
Outra janela se abrindo na noite imensa.
Ah! você que se sente sozinha, como eu
Aí nesse seu quarto, e abriu a sua janela,
Volte os olhos e veja na distância aquela
Luz, que na noite, de repente se acendeu.
Ali, talvez esteja outro viajante solitário,
Tentando achar neste deserto de cimento
Um oásis para descansar o pensamento
E encontrar talvez, um coração solidário.
Se pensar em mim como penso em você,
É possível que estes nossos pensamentos
Possam aproveitar o vai e vem dos ventos
Para nos levar além do que o olho não vê:
Então, o que na noite ambos procuramos,
(Um coração que nos dê correspondência)
Para escambear esperança e confidência,
Esteja tão perto que nem sequer notamos.
Pois você deve ter visto, aí da sua janela,
Que á noite, a solidão é bem mais densa;
É que durante o dia nossa vida é tão tensa
Que não dá sequer para pensar muito nela.
Porém, quando o sol completa o seu turno,
E no mar se deita para merecido descanso,
Eis que a solidão chega com todo seu ranço
E nos aborda como um bêbado importuno.
É uma presença que incomoda e aporrinha;
Ela se parece com aquele ébrio inveterado,
Que vive repetindo sempre o mesmo ditado
Como se fosse o refrão de uma marchinha.
Porém, quando a madrugada se aproxima,
No justo momento em que a sensibilidade
Atinge o máximo de toda a sua intensidade,
Ele desaba sobre o balcão, como uma ruína.
Pois solidão nunca foi de beber com a gente.
Mas se você estiver numa janela, sonhando,
E por acaso é para a minha que está olhando,
Saiba que eu posso ser um bom confidente.
E ainda que seja de uma maneira invulgar
Nunca mais a deixarei se sentir tão sozinha.
Eu terei sua companhia e você terá a minha.
Juntos formaremos, de certo, um belo par.
E nas noites vindouras, seja qual for a lua
─ E bem pouco importa o tempo que faça ─
Você vai encontrar aberta a minha vidraça,
E eu espero que você também abra a sua.
Então nós trocaremos amizade e conselho,
Pois seja qual for a distância, hora ou lugar
Todos os rios sempre encontram o seu mar.
E não há coração que não tenha seu espelho.
(Uma janela se abriu do outro lado da rua,
Que bom seria, se por acaso fosse a sua)
Para podermos fazer, em um sagrado ritual,
Uma gostosa seção de escambo sentimental.
Abro a janela para a cidade adormecida
E vejo ao longe, como estrela explodida,
Outra janela se abrindo na noite imensa.
Ah! você que se sente sozinha, como eu
Aí nesse seu quarto, e abriu a sua janela,
Volte os olhos e veja na distância aquela
Luz, que na noite, de repente se acendeu.
Ali, talvez esteja outro viajante solitário,
Tentando achar neste deserto de cimento
Um oásis para descansar o pensamento
E encontrar talvez, um coração solidário.
Se pensar em mim como penso em você,
É possível que estes nossos pensamentos
Possam aproveitar o vai e vem dos ventos
Para nos levar além do que o olho não vê:
Então, o que na noite ambos procuramos,
(Um coração que nos dê correspondência)
Para escambear esperança e confidência,
Esteja tão perto que nem sequer notamos.
Pois você deve ter visto, aí da sua janela,
Que á noite, a solidão é bem mais densa;
É que durante o dia nossa vida é tão tensa
Que não dá sequer para pensar muito nela.
Porém, quando o sol completa o seu turno,
E no mar se deita para merecido descanso,
Eis que a solidão chega com todo seu ranço
E nos aborda como um bêbado importuno.
É uma presença que incomoda e aporrinha;
Ela se parece com aquele ébrio inveterado,
Que vive repetindo sempre o mesmo ditado
Como se fosse o refrão de uma marchinha.
Porém, quando a madrugada se aproxima,
No justo momento em que a sensibilidade
Atinge o máximo de toda a sua intensidade,
Ele desaba sobre o balcão, como uma ruína.
Pois solidão nunca foi de beber com a gente.
Mas se você estiver numa janela, sonhando,
E por acaso é para a minha que está olhando,
Saiba que eu posso ser um bom confidente.
E ainda que seja de uma maneira invulgar
Nunca mais a deixarei se sentir tão sozinha.
Eu terei sua companhia e você terá a minha.
Juntos formaremos, de certo, um belo par.
E nas noites vindouras, seja qual for a lua
─ E bem pouco importa o tempo que faça ─
Você vai encontrar aberta a minha vidraça,
E eu espero que você também abra a sua.
Então nós trocaremos amizade e conselho,
Pois seja qual for a distância, hora ou lugar
Todos os rios sempre encontram o seu mar.
E não há coração que não tenha seu espelho.
(Uma janela se abriu do outro lado da rua,
Que bom seria, se por acaso fosse a sua)
Para podermos fazer, em um sagrado ritual,
Uma gostosa seção de escambo sentimental.