Quando os relógios derretem...

Há um misterioso encanto

E uma sensação de liberdade

Quando os relógios derretem...

Na grama, a pena branca

Despede-se do pássaro e do céu azul,

Deixando deslizar uma lágrima

De arco-íris.

Quando os relógios derretem

A Lua empresta seu brilho

Ao tabuleiro de xadrez,

Que aos poucos se dilui

Com o toque incandescente dos relógios

E, no jogo do poder mesclam-se

As cores

Unificam-se as peças...

Quando os relógios derretem

Voam bem alto

As sementes de dentes-de-leão,

Enquanto o pássaro

Do vidro trincado da janela

Pousa em minha mão,

Sussurrando poemas.

Quando os relógios derretem,

O Amor tem todo tempo do mundo...