QUÃO CORPO ESCULTURAL

A Cigana beijou-me,

Pôs a mão em meu rosto.

Acalentou a saudade,

Abraçou-me no inverno.

Roubou meu coração!

Aventurado de desilusão,

Principiante e depressivo,

Amargurado, corrossivo,

Torrado... No inferno!

Ò, Cigana...

Por que fazes assim?

Por que me deixa sem ar?

Não consigo decifrar!

Quão escultural corpo belo...

Molhado de amor,

Exalando o tesão.

Quando vejo esse sorriso,

Deixa sabor, em mandarim,

Laranja toda à Costa,

No beiral, em Marfim.

Cigana...

Poeta meu silêncio,

Plantas o orquidário,

Congela todo horário,

Quando há vejo batucar.

Com tal, saia florida,

Macia, rosas, e fitas,

Rodada, rendas, e chitas.

Raspando caldeirão,

Socando o pilão,

Prepara todo arroz...

Serve almoço, logo depois,

Cozinhado na fogueira,

Queima lenhas, a lareira,

Espantando, ventos frios.

Ò Cigana... Musa Baiana!

Tire-me à escassez...

Inunda este barril.

Wesley Moraes
Enviado por Wesley Moraes em 26/10/2017
Código do texto: T6153918
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