Olhe-me

a conquista começa pelos olhos.

agarre-se à vida e não chore no fundo

das piscinas tumultuadas pela chuva.

há contornos nas esquinas.

o solo de valsa, vai do céu

aos quintais.

invista na mistura do que sou:

um tanto de água clara e pura

um tanto de sol, sombra e sal.

há excessos nas estações.

o outono amarela antes da hora.

Olhe-me...

siga os rios, adormeça no cais.

cante no movimento dos lenços,

não perturbe o voo das águias.

meu sonho é o mar

onde navegam as fantasias

bem longe dos carnavais.

na escolha das rotas, viajo

no Nordeste e no Caribe.

sei que não aprendeste

nada do frescor da brisa

e do cheiro das serras.

não te assustes nunca.

O que tenho não falta.

sinta a leveza dos barcos.

nada é pouco em mim!

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 25/10/2017
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