Olhe-me
a conquista começa pelos olhos.
agarre-se à vida e não chore no fundo
das piscinas tumultuadas pela chuva.
há contornos nas esquinas.
o solo de valsa, vai do céu
aos quintais.
invista na mistura do que sou:
um tanto de água clara e pura
um tanto de sol, sombra e sal.
há excessos nas estações.
o outono amarela antes da hora.
Olhe-me...
siga os rios, adormeça no cais.
cante no movimento dos lenços,
não perturbe o voo das águias.
meu sonho é o mar
onde navegam as fantasias
bem longe dos carnavais.
na escolha das rotas, viajo
no Nordeste e no Caribe.
sei que não aprendeste
nada do frescor da brisa
e do cheiro das serras.
não te assustes nunca.
O que tenho não falta.
sinta a leveza dos barcos.
nada é pouco em mim!