Abraços

Chega a noite e te procuro na insônia

Te busco em versos de amor escondida

Poesia onde te abraço sem cerimônia

Num salvo conduto de uma vida bandida

E numa caneta nervosa, minha militância

Rimas alternadas, internas, emparelhadas e opostas

Atropelo palávaras, esquecendo as concordância

Na esperança de num verso te ter como resposta

E nesta fogueira de desejos em combustão

Minha caneta joga tudo para queimar

Na ânsia que o Deus sádico desta paixão

Me dê refresco e me deixe respirar

A distração dele me esquecendo por ideal

Para numa dobra do tempo sobrar só você e eu

Conhecerás a verdade crua no meu olhar

E no meu abraço, da loucura, o apogeu.