Minha jabuticaba
Dói-me te ver doer,
Minha jabuticaba.
Tão excelsa, tão alta,
Mas, envergada.
Parece aquela dor,
A dor de ser amada.
Mas, precisa ser assim?
Minha jabuticaba.
Sua terra é sempre úmida,
Fértil, sábia e rara.
Não deixe que te colham,
Se não a podem regá-la.
Tu há de florescer,
Não importa a geada.
São as lágrimas que deixam
A semente germinada.
Eu não preciso saber,
De toda a colheita para admirá-la.
Eu só necessito te ver,
Podada e cuidada.
Lembre-se, a tristeza é passageira,
Só vem de safra em safra.
Pois ninguém há de tirar,
O brilho da jabuticaba.