SEM MEDIDAS
Do amor que me cegou às horas tantas
Nem em mim mesmo eu me apercebi,
Só sei que me persegui, então me excluí
De sua beleza que a mim mesmo encanta.
Se em minha visão eu pude ver orquídeas,
É porque com o calor do sol tudo é perfeito,
Contudo subi às alturas onde o ar é rarefeito
E vislumbrei o acervo incógnito dos ideais.
Suponho que resido num íntimo de esplendor,
Pois da suposta energia que me faz rutilante
É que retiro de mim a coragem de ser amante
E dou à minh’alma o invólucro do grande amor.
E nada me fadiga nem me torna tão pequeno,
Óbvio que sou diminuto perante o que é divino,
Porém são os sentimentos do meu viver severino
Que me fazem um baluarte da existência, veneno!
Em minha vida não há chegada, tampouco partida,
Sou operário que nem formiga... amo sem medida!
DE Ivan de Oliveira Melo