Lua ingrata

Na beira do rio

Armei minha barraca

Longe de tudo

Perto da mata

O silêncio reinava

E dali mesmo eu pescava

Esperando a lua

Pra lhe fazer

Uma serenata

Cantei

Declamei

E a lua ingrata

Foi embora

E não me disse nada

Fui atrás dela

Mas ela se escondeu

Eu queria apenas

Um beijo seu

Deixou-me sozinho

Na madrugada

Acendi uma fogueira

Foi mesmo que nada

Sem a beleza da lua

Não tem mais graça

Voltarei outro dia

Minha amada

Para lhe pedir que aceite

Ser minha namorada

Apaguei a fogueira

Deitei-me na barraca

Despertei com o canto

Da passarada

Ainda tenho a esperança

Que a minha lua amada

Venha morar comigo

Na minha barraca

Agradeço a belíssima interação da grande e talentosa poetisa DOCE VAL.

No céu risonho

A lua vem se derramar

Trazendo consigo o seu canto

Numa canção de amar

E o poeta sonhador

Que tem no peito um coração

A sombra do coqueiral

Se enebria com a canção

E clama por sua amada

Buscando pelo caminho

Os passos deste amor

E não mais será sozinho...

Agradeço a interação da brilhante poetisa Aila Brito.

O poeta apaixonado

Que ama a lua em segredo

Desejoso de seu beijo

À beira do rio, acampou;

Mas a lua ingrata

Fugiu pra longe da mata

Ignorando os apelos

Que o poeta fazia

Declamava e sofria

Por não ter tido a chance

Do lindo romance

Que ele pretendia

Tem na mente o luar

E no coração o amor

Com tenra esperança

Que a lua - musa amada

Tenha firme aliança

Seja sua, e em sua barraca,

Com ele venha morar.

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 16/10/2017
Reeditado em 19/10/2017
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