Lua ingrata
Na beira do rio
Armei minha barraca
Longe de tudo
Perto da mata
O silêncio reinava
E dali mesmo eu pescava
Esperando a lua
Pra lhe fazer
Uma serenata
Cantei
Declamei
E a lua ingrata
Foi embora
E não me disse nada
Fui atrás dela
Mas ela se escondeu
Eu queria apenas
Um beijo seu
Deixou-me sozinho
Na madrugada
Acendi uma fogueira
Foi mesmo que nada
Sem a beleza da lua
Não tem mais graça
Voltarei outro dia
Minha amada
Para lhe pedir que aceite
Ser minha namorada
Apaguei a fogueira
Deitei-me na barraca
Despertei com o canto
Da passarada
Ainda tenho a esperança
Que a minha lua amada
Venha morar comigo
Na minha barraca
Agradeço a belíssima interação da grande e talentosa poetisa DOCE VAL.
No céu risonho
A lua vem se derramar
Trazendo consigo o seu canto
Numa canção de amar
E o poeta sonhador
Que tem no peito um coração
A sombra do coqueiral
Se enebria com a canção
E clama por sua amada
Buscando pelo caminho
Os passos deste amor
E não mais será sozinho...
Agradeço a interação da brilhante poetisa Aila Brito.
O poeta apaixonado
Que ama a lua em segredo
Desejoso de seu beijo
À beira do rio, acampou;
Mas a lua ingrata
Fugiu pra longe da mata
Ignorando os apelos
Que o poeta fazia
Declamava e sofria
Por não ter tido a chance
Do lindo romance
Que ele pretendia
Tem na mente o luar
E no coração o amor
Com tenra esperança
Que a lua - musa amada
Tenha firme aliança
Seja sua, e em sua barraca,
Com ele venha morar.