DEUSA DA MINHA VIDA
Ela tão serena e bela...
Eu, um pobre coitado...
Ela pensativa, tão distante.
Eu, sem esquecê-la um só instante.
Entre mim e ela, uma grande lacuna.
Ela rica, tão nobre.
Eu, carente de tudo, tão pobre.
Ela, a deusa da minha vida.
Mulher perfeita, tão formosa.
Traços finos e delicados
qual veludo das rosas.
Estátua magnífica de puro ouro
que me encanta tanto, tanto.
Eu, um vulgar plebeu,
que trago os ossos suspirando o couro.
Já implorei á Deus e aos santos,
que me dêem dela, o mel dos lábios seus.
Porém entre mim e ela, há um vago sem fim.
Ela longe de mim, tão bela.
Eu no sereno da noite, sempre a filosofar,
qual Descarte, Sócrates e Platão,
se algum dia eu poderei habitar,
em um pedacinho do seu coração.
Nova serrana (MG), 07 de setembro de 2009.