As Quatro Estações
Florada da estação que estive por conceber
você veio e era sol terno e que vinha me envolver
senti teu cheiro, teu peso em meu corpo e teu calor
flor que vingou do chão árido que era infecundo
era Primavera, o início do nosso amor
o meu coração estéril raiz de amor mais profundo
onde estava tudo cinza e você se fez furta-cor.
Mudou-se nova estação; o Verão da minha alegria
não pensava em outra coisa a não ser estar contigo
te ofereci como troca toda minha melodia
entendia tudo quando teus olhos falavam comigo
a areia da praia o altar frente ao mar que reluzia
meu peito te descrevia em aconchegante abrigo
em teu olhar de menina vi a minha alforria.
São as estações do amor
forjadas de lágrima, adubo de rancor
como o Outono ele fez renascer
maravilhoso clima frutificador
a natureza e seu pleno poder
essa é a magia da remissão
maná e vigor, o amor é da alma o pão.
E senti a chegada de um rigoroso inverno
o pêndulo meteorológico oscila sem fim
a frieza tirana levou o calor do sol terno
amaldiçoei a escuridão que caiu sobre mim
amor cronológico, premonitório e incerto
e a morte temporana de mais belo um jardim.
levando a flor que achei tão bom estar por perto