As Quatro Estações

Florada da estação que estive por conceber

você veio e era sol terno e que vinha me envolver

senti teu cheiro, teu peso em meu corpo e teu calor

flor que vingou do chão árido que era infecundo

era Primavera, o início do nosso amor

o meu coração estéril raiz de amor mais profundo

onde estava tudo cinza e você se fez furta-cor.

Mudou-se nova estação; o Verão da minha alegria

não pensava em outra coisa a não ser estar contigo

te ofereci como troca toda minha melodia

entendia tudo quando teus olhos falavam comigo

a areia da praia o altar frente ao mar que reluzia

meu peito te descrevia em aconchegante abrigo

em teu olhar de menina vi a minha alforria.

São as estações do amor

forjadas de lágrima, adubo de rancor

como o Outono ele fez renascer

maravilhoso clima frutificador

a natureza e seu pleno poder

essa é a magia da remissão

maná e vigor, o amor é da alma o pão.

E senti a chegada de um rigoroso inverno

o pêndulo meteorológico oscila sem fim

a frieza tirana levou o calor do sol terno

amaldiçoei a escuridão que caiu sobre mim

amor cronológico, premonitório e incerto

e a morte temporana de mais belo um jardim.

levando a flor que achei tão bom estar por perto

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 10/10/2017
Reeditado em 28/11/2018
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