A Primeira Namorada.
Estático.
Completamente parado.
Quantos passaram?
Eu ali, sem nada perceber.
Não sei quanto tempo assim permaneci,
Talvez dias ou aproximadamente um mês.
Talvez ainda esteja lá.
Essa força que me travou,
Acho que se chama amor.
Não o de conto entre príncipes e princesas,
Com um eterno final feliz.
Também não o de grandes dramas,
Onde uma pessoa deixa a outra pela falta de amor.
Talvez uma grande mistura.
Ela me deixou, porém me disse não faltar amor.
Eu, que só amor exalava,
Me vi paralisado,
Não podendo fazer nada.
Como tudo na vida, aquela situação respeitei,
Ninguém sabe o quanto lutei com a dor,
Em prantos perdi, cai, me entreguei.
O que restou foi o bar,
Para essa dor acalmar,
Como um louco,
Aos poucos,
Uma ardente pinga degustei.
Desceu queimando, peito rasgando,
Quanto mais bebia, mais ia aliviando.
E aquela angustia o líquido ia consolando.
No pequeno e modesto hotel Municipal cheguei,
Como? Não me pergunte, também não sei.
Com um travesseiro reconfortador,
Entorpecido pelo excesso de álcool e de amor,
Um sono profundo me pegou.
Aquela dor ainda em meu peito dói,
Vezes me vejo, parado naquela Praça,
Olhando tudo é vendo absolutamente nada,
Com a mente apenas lembrando,
Momentos vividos com aquela moça amada.
E me toca a dor,
Da perda do primeiro amor,
Minha primeira namorada.