Olhos de Argos

Deverias ouvir a verdade

como a chuva chegando

num telhado de vidro.

Como frases repetidas

e ouvidas sem cansaço.

Como sentimentos renegados

e compreendidos no final

do pranto.

Deveria viver em plenitude

e propagar exemplos

de amores presentes.

Seguimos a ilusão

dos condenados

na cela escura

do mundo.

Não colhemos lírios

nem palavras breves.

II

Sei que ainda pensas

que posso amar-te.

Agora tudo é tarde.

Longe estou das

turbulências.

Sigo caminhos

distantes dos olhos

de Argos.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 02/10/2017
Reeditado em 02/10/2017
Código do texto: T6130584
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