No final das manhãs

não insista. não és camaleão

para sonhar na minha árvore.

afaste-se. aprenda a ser

melhor sem máscaras

de pano e cera.

ameaças e esquecimento

repetem-se no mesmo palco.

giram candelabros no vento.

teu corpo desnudo não atrai

o brilho dos meus pecados.

és Narciso. estás morto.

guardo apenas as flores,

cores e mares e a poesia

dos teus olhos.

quase cheguei à sombra

mas logo voltei à luz.

diria que o impossível amor

abafa a alma com sinais de

medo e dor.

é inevitável.

continuo a gargalhar

longe dos fantasmas

e a dançar novos ritmos

no final das manhãs.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 01/10/2017
Reeditado em 01/10/2017
Código do texto: T6129779
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