ATRÁS DO MURO
Como vai você
que eu não consigo esquecer
daquela noite escura
que a amei com ternura.
Escondido atrás do muro,
completamente inseguro,
envolvido nos seus braços,
onde repousei meu cansaço.
Ó minha mulher amada,
que fiz ficar magoada,
recusando seu amor
e não lhe dando valor.
Hoje, aqui tão distante,
nesta minha vida errante,
eu a tenho no pensamento
com um vago pressentimento
de que voltarei a vê-la,
já que não posso esquecê-la
e novamente a amar
para no seu corpo repousar
o resto de minha vida,
cansada e abatida,
de tantos anos angustiados
que eu não vivi a seu lado.
Leandro Ferreira (MG), 6 de dezembro de 1985.