Numa tarde de outubro
Que barulho é esse
na casa de vidro?
É a revolta da chuva
quando pedes
o sorriso do sol.
e não escutas
os passos do amor
na primeira manhã.
Há espaços demais
na casa construída
para viver noites
e dias alegres.
Tenho sofás macios,
redes na varanda
e um leito largo.
Soam pedaços de cartas
nos jardins suspensos
e no vazio da alma
cansada de esperas.
Por que não retornas
às salas das cores
intensas e calmas?
Por que não tocas o piano
cheio de saudades
das tuas mãos?
O vento levou
as promessas.
Espero-te
com flores
numa tarde
de outubro.