NAUFRÁGIO

Quando coloquei meu coração nos braços de uma

mulher foi de uma forma profunda sem restrição,

foi sem resistência sem ressalva e por inteiro,

certo que não havia erro ou defeito.

Foi assim que passei a viver em uma embarcação

que se apresentava livre de riscos, e que nada faria

naufragar sobre os efeitos de qualquer onda mesmo

que o mar se apresentasse revolto.

O tempo passou se for contar não sei afirmar quantas primaveras desabrocharam e nem sei quanta precipitação de chuva houve nos meses de julho, sei que passei a sentir que a maré vazava fazendo ficar com medo...

Foi a partir daí que soube que nosso barco antes tão

decantado navegava sem bússola nem carta náutica,

o combustível existente foi apenas aquele que serviu para impulsionar a máquina motriz das mentiras...

E o nosso barco soçobrou e o mar furioso passou

a exibir os fragmentos de nosso afeto todo ele berrando por um salvamento, junto alguns beijos, abraços excitados promessas e palavras sem sentido imergindo para o abismo...

Wil
Enviado por Wil em 28/09/2017
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