Penso-te. E dentro das horas aprendo as primaveras,
o ardor da água, da terra e da noite sobrenatural
Penso em dizer-te algo esplêndido, com o mesmo brilho precioso
com que me habitas, mas quando tu chegas, desejável como sempre,
uma labareda culmina na pupila amorosa
O instante perfeito : Os astros insustentáveis no espaço da jovem íris
A fruta fresca e provocante, o tardar da boca antes do vôo
Então deixo que olhes, que me abras
antes que me chames o nome, com unhas e dentes
Deixo que rasgues as sedas e toques com o peso da luz
O peso da luz com que te estabeleces e queimas-me
de têmpora a têmpora
O peso, como mãos acariciantes sobre o colo...
[ Via de constelações à pele da alma ]
Amo-o. Vivo-o.
E ele em tudo me basta.