Penso-te. E dentro das horas aprendo as primaveras,
     o ardor da água, da terra e da noite sobrenatural
     Penso em dizer-te algo esplêndido, com o mesmo brilho precioso
     com que me habitas, mas quando tu chegas, desejável como sempre,
     uma labareda culmina na pupila amorosa
     O instante perfeito : Os astros insustentáveis no espaço da jovem íris
     A fruta fresca e provocante, o tardar da boca antes do vôo
     Então deixo que olhes, que me abras
     antes que me chames o nome, com unhas e dentes
     Deixo que rasgues as sedas e toques com o peso da luz
     O peso da luz com que te estabeleces e queimas-me
     de têmpora a têmpora
     O peso, como mãos acariciantes sobre o colo...
     [ Via de constelações à pele da alma ]
     Amo-o. Vivo-o.
     E ele em tudo me basta.





 
Ouvindo... 



DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 27/09/2017
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