SOBRE O MAR
E se eu fosse como o mar,
E o vento fizesse marolas,
E as ondas bramissem agitadas,
Veleja sobre o véu da minha pele,
Conheça além das espumas sobre a areia,
Os segredos que o horizonte incendeia.
E se eu fosse como o mar,
Tão profundamente escondendo sua pérola,
No silêncio que a tempestade não alcança,
Mergulha sob o véu da minha pele,
Em segredo, como quem busca um tesouro,
Fazendo-se dono de um coração.
Se eu fosse o mar teria uma fraqueza,
Mas não lançaria ao vento a sorte de meus segredos,
Mesmo assim diante de ti, esse meu disfarce não bastaria,
Abraça e aquece o véu da minha pele,
Seu olhar me esquadrinha e revela o que levo,
Meu mar de ondas viciadas em ti, ama se render ao seu olhar.