SONHO RECORRENTE

    

Era um sonho de amor sempre recorrente

Quando ela o procurava por todo lugar
Em um, estava solta, e um boi a perseguia

Ela chamava por ele sem nunca o encontrar
Na corrida, pedia uma proteção que não vinha.

Mas sabia que um dia ele haveria de estar lá
Só havia uma Igrejinha e um padre no lugar
E uma estranha força ativava uma ventania
Quando o fogo de um incêndio acontecia

Ela gritava trêmula tentando ela o salvar

Mas logo se acordava para se tranquilizar
Embora, nem sempre essa magia acontecia

Era um lugar desconhecido no espaço tempo
As vezes havia um fogão mas nem brasa tinha

Na paisagem, havia um longo rio a deslizar
E sempre havia água boa de uma fonte
Isso, não se sabia como, mas só ela sonhava
Com o que acontecia naquele mágico lugar
Os dias passavam lentos, junto à lembrança
Que traziam umidade para a boca sedenta

Lembranças de um tempo, de um lugar

Seria lembranças de uma outra vida vivida(?)

Isso não poderia nunca precisar por não lembrar
E umedecia os lábios como se recebesse beijos

Daquele amor que vivia estranhamente a procurar
Havia estampas de cor suave e suas saias leves
Haviam carícias internas que lhe faziam acordar
E nem chegava a amassar os tecidos ante os toques
Sutis, suaves e cheios de ávidos e sagrados desejos
O tempo era infinito e nada acontecia ou morria 
Nem se sabia como poderia ter assim um sonho
Tão bom e embora doído, eram tempos para amar,
Era um sonho contraditório, mas um pouco singular!
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Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 24/09/2017
Reeditado em 03/09/2022
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