AMOR CLANDESTINO
Eu te amei no escuro,
escondido atrás do muro,
na solidão da noite,
tendo seus beijos como açoite.
Na cavalgada deste seu ser,
que me faz tudo reviver,
quando estou sozinho,
ausente do seu carinho.
Eu te amei calado,
Enquanto meu corpo calejado
com a febre do amor
derramava o suor
sobre seus vales e montes,
de onde me vinha as fontes
de um desejo cristalino,
que fez de mim um menino.
Em teu corpo adormecido,
por este louco amor vivido,
eu te amei com medo
e guardei este segredo.
Como uma lembrança,
pois me restava a esperança
de um dia te encontrar
e novamente te amar.
Mas o tempo vai passando
e eu aqui te esperando;
vou morrendo lentamente
enquanto tu estiveres ausente.
Leandro Ferreira (MG),27 de fevereiro de 1985.