FUGA PARA O ERRO
Quando passar por mim
não precisava virar o rosto
pois se me acha tão ruim
pior ainda é o desgosto
que eu sinto ao vê-la,
ciente do amor que lhe dei
e que você não quis viver.
Se eu um dia errei
foi pensando no melhor
para o bem de nós dois
só que você quis o pior
sem ver, o que viria depois.
Hoje, quando me encontra,
muda logo de calçada,
abaixa a cabeça feito tonta
e foge de mim desconfiada.
O que ouve entre nós
ninguém precisa saber,
pois nem mesmo sua voz
eu seria capaz de reconhecer.
Portanto minha amiga,
esqueça que eu existo.
Se quer o erro, pois que o siga;
e o que é que eu tenho com isto?
Nova Serrana (MG), 1984.