Espanto

Vivo de assombros...

Qualquer barulho lá fora

me chama cá dentro.

O murmúrio do vento,

a chuva tocando a janela,

A voz do sentimento!

Dentro de mim sou puro som,

Um canto em meu silêncio.

Minha alma vive à espreita.

Grita dentro de mim

acoado,

o tempo!

Ao sopro de uma tempestade

raios e trovões

me trazem espanto,

Assombração!

Dentro de mim

a alma entoa

o canto de uma sereia,

a chamar o amor,

Àquele primeiro,

Escondido no oceano

por receio de amar,

o medo!

Paula Belmino