Novo Dia
Nunca uma boca foi assim desejada,
nem palavra alguma me doeu tanto.
Agora estás aqui e não te sei
tão denso é o negro que te oculta,
tão firme é a distância ,
tão larga a terra que nasce em mim e logo muda,
pedregosa, hostil, amável para catos e silvas,
para corpos que a podridão aponte.
Cego, sinto que morre a esperança.
Quem já não espera há muito saiu para outras fomes,
deixando, adormecido, o coração
até que um novo dia rompa o esquecimento.