Novo Dia

Nunca uma boca foi assim desejada,

nem palavra alguma me doeu tanto.

Agora estás aqui e não te sei

tão denso é o negro que te oculta,

tão firme é a distância ,

tão larga a terra que nasce em mim e logo muda,

pedregosa, hostil, amável para catos e silvas,

para corpos que a podridão aponte.

Cego, sinto que morre a esperança.

Quem já não espera há muito saiu para outras fomes,

deixando, adormecido, o coração

até que um novo dia rompa o esquecimento.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 17/09/2017
Reeditado em 17/09/2017
Código do texto: T6116907
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