O MEU AMOR
O que eu sinto é amor,
mas não fale a nenhuma pessoa,
se revelar, digo que meu peito é deserto,
que não há lugar para esta ambição.
É neste ermo que dou fruto.
Talvez, o meu amor, seja mais
admirável porque não se nota a olho nu!
O meu amor sabe palavras que não existem.
Palavras que encantam flores e abelhas.
Palavras que atraem pássaros cantores.
Palavras que coloriza manhãs de abril.
No começo meu amor era nada,
depois, do nada, aprendeu a delirar-se!
O meu amor, tem vez que tem voz de poeta.
Numa manhã a poesia apoderou-se dele.
Talvez isso esclareça essa inércia toda.
Mas esse amor tem cheiro de sonho,
tem a resistência das pedras.
Sabe a aflição dos que não
amam e vivem secos.
O meu amor tem um olhar de ver azul…
Tem habilidade de equilibrar-se em nada.
Sabe a doçura das bocas famintas de beijo.
Sabe ser oculto nas transparências dos dias.
Sabe o que fazer no escuro frígido das noites.
O meu amor tem manhas e desenvolturas inimagináveis!