DISSI-ME ADEUS
Quando você me disse adeus,
eu não quis acreditar,
pois o quanto eu a amei, oh Deus,
eu não quero nem pensar.
Pensei que fosse uma brincadeira
e fiz de conta não ouvir,
pois a antiga companheira
não poderia nunca partir.
Mas, você me disse adeus,
pra nunca mais voltar.
Corri atrás dos passos seus
para sua partida evitar.
E quando á sua casa cheguei,
você já havia partido.
Então dos olhos derramei
duas lágrimas, desiludido
em saber que aquele adeus
era, mesmo, pra valer
e que o castelo dos sonhos meus
estava a se esmaecer.
Hoje, depois de tantos anos,
você está nos meus sonhos;
e pra avaliar meu desengano,
a você meus poemas componho.
Nova Serrana (MG), 23 de outubro de 1984.